Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009


"Talvez eu seja, simplesmente, como um sapato velho. Mas ainda sirvo, se você quiser. Basta você me calçar que eu aqueço o frio dos seus pés"

Lu.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009


Às vezes é tão intenso que não caibo em camisetas, quartos, cidades ou qualquer outra coisa que seja capaz de conter alguma outra coisa. O sentimento não-físico preenche meu peito de forma tão avassaladora, cai no vazio da minha alma com tanta força que torna-se físico e, sim, como um zepelin eu sobrevôo a cidade. Sinto-me leve e ergo-me até onde o céu já não mais é azul-claro. São estrelas, asteróides, satélites e, principalmente sentimentos orbitando o meu planeta. Bons e ruins, pequenos e grandes. Pergunto-me como é que antes eu não os via por todo lado. Tão óbvios, confusos e inapropriados, os sentimentos. Eles voam, colidem, juntam-se uns com os outros e até separam os outros que já estão juntos. E é difícil sentir duas coisas ao mesmo tempo. Ou sentir a mesma coisa duas vezes ou mais, em duas ocasiões ou mais, por duas pessoas ou mais. Às vezes é tão vazio que me perco em nervuras de algodão, choco-me com células e sou atingido por enormes grãos de poeira. É tão vazio que torna-se cheio. Cheio de tudo que é sem valor. E o vazio é pesado demais. Obedece a gravidade e me draga até a mais profunda das crateras, onde nem mesmo a luz conseguiu chegar. Não há nada lá, além do próprio nada. E até o mais alvo dos brancos é negro como nanquim. São fotos, desenhos e memórias, todos ausentes de cor, desprovidos de vida. E o sentimentos passam batido pelos meus olhos cegos, atravessam meu corpo como fantasmas e não deixam resíduos em minhas entranhas. E é difícil não sentir nada. Ou sentir nada por alguém, por ninguém ou por você mesmo.

Lu.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Refrão De Bolero

Eu que falei: "nem pensar..."
Agora me arrependo, roendo as unhas
Frágeis testemunhas
De um crime sem perdão

Mas eu falei sem pensar
Coração na mão, como refrão de um bolero
Eu fui sincero
Como não se pode ser

Um erro assim tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E, quando acaba a bebedeira,
Ele consegue nos achar

Num bar
Com um vinho barato
Um cigarro no cinzeiro,
E uma cara embriagada no espelho do banheiro

Teus lábios são labirintos...
Que atraem os meus instintos mais sacanas
O teu olhar sempre distante sempre me engana... Teus lábios são labirintos...
Eu sigo a tua pista todo o dia da semana
Eu entro sempre na tua dança de cigana

Teus lábios são labirintos...
Que atraem os meus instintos mais sacanas
E o teu olhar sempre distante sempre me engana
E eu sigo a tua pista todo o dia da semana

O que eu falei foi sem pensar...
Foi sem pensar.

Lu.