Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.
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terça-feira, 26 de maio de 2009

The Great Pretender.


A péssima sensação de acordar ao som de Queen - numa altura absurdamente alta -, me fez semicerrar os olhos, ainda turvos, em busca de uma noção da hora de acordo com a claridade na janela. Percebi que já era tarde o suficiente para ser permitido, pelas normas do meu prédio, um volume anormal.
Confesso que Freddie Mercury nunca foi do meu agrado, mas a combinação de ritmo e backing vocal em The Great Pretender me fez, de alguma forma, vasculhar minha mente - na qual achei um livro perdido em meio a tantos pensamentos. O som fez com que esse livro se abrisse aos poucos. Imediatamente senti um cheiro de mofo, e, com medo de abrir os olhos e não conseguir mais voltar ao livro, apalpei tudo a minha volta e conclui que o cheiro era psicológico, por ter, definitivamente, esquecido-o dentro de mim por muito tempo. Até me permiti, por um momento, culpar o tempo por tal esquecimento. A música rolara em sintonia com as cenas que imaginara baseando-me nas palavras lá contidas. Pulei algumas capítulos - no qual seus nomes foram minhas idades - por julgar não muito importantes, talvez por serem os primeiros capítulos. Conforme a melodia, páginas passavam em forma de flash. Tentei lembrar algum motivo para algumas folhas - recentes se comparadas a última vez que acrescentei algo a esse livro - estarem rasgadas, mas aceitei o fato de não serem saudáveis estar alí. Adicionei algumas coisas importantes, causando antítese a história. Fecheio-o ao mesmo tempo em que a música se encerrava. Abri os olhos, sorri para um ponto fixo sem valor, fechei-os. Respirei fundo e voltei a dormir.

Lu.

1 comentários:

Paula Albuquerque disse...

MUITO BOM, muito bom mesmo !